quarta-feira, 19 de junho de 2013

A passagem do tempo














A vida passa sem sobressaltos. A vida moderna entenda-se, no eterno conforto, o nós e os outros como entidades distintas. O acordar um dia e perceber que o tempo passou e nós também passámos por ele.
Dark Side of the Moon é também um disco que passa. Se quebras, sem um auge. 42:59. Vem e depois vai sem se dar por isso. Tudo corre a um ritmo de cruzeiro, como se se tivesse todo o tempo do mundo; vida feita de pequenas rotinas, pequenos nadas que passam despercebidos.
Não há um hit, não há um refrão mas há um ritmo constante, uma cadência; nada chama a atenção, nada cativa. Ao fim tudo se aproxima do fim.
É o tempo que passa sem podermos fazer nada em relação a isso.
O que torna então Dark Side of the Moon tão especial? Talvez isso mesmo, ser um dos poucos discos da música pop que mais se aproxima da vida.
40 anos.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

pop is dead.













Apesar de não ter ouvido o último disco do Bowie, toda a campanha de marketing, todo o hype, toda a sugestão, levam a uma conclusão: a música pop, como a conhecemos, morreu. Retirando apenas conclusões baseadas apenas na estética e nas relações de mercado em que assenta.
Não é uma conclusão a que se chegue de ânimo leve.
Insiste-se então em prolongar o velório e não ter a coragem de levar o morto ao cemitério.
Mas é bom que se o faça depressa, senão acaberemos por ficar apenas com bandas-tributo como os Vandelles e a redopiar em constante hedonismo.

A rever. Ou talvez não.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Everything, everywhere, all the time now!

























Tudo agora, aqui, em todo o lado.
Assistimos ao nascimento de um novo Homem: o homem-iphone.
Tudo e não-especializado;
Excesso informativo; assimilação; os novos valores da sociedade.
A idade do hedonismo, da realização pessoal e do sempre (tudo) presente e ao alcance.
Este proto-cyborg(?), nós, dependentes do anexo tecnológico.
iPod, movimento touch digital;
Samsung, movimento e acção aérea.

A rever.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Shake, rattle and kraut


Kraut. Kraut. Kraut. Esta é a palavra que frequentemente popula as criticas músicais nos dias que correm. De Toy a Savages, de Beaches a não sei mais quem. Hoje, qualquer ritmo mas “motórico” é, portanto, kraut; assim como qualquer estética mais etérea é psicadélica; assim como qualquer dissonância-distorção é noise.



Mas o que é afinal isso do kraut, figura da história da música popular quando a Alemanha dava 5-0 ao Resto do Mundo? Ritmo, velocidade? A velocidade alemã da Autobhan, quando a Europa parecia, aos olhos dos seus, um continente sem fim, ligada por uma só estrada. Pós-guerra, abundância; estrada, máquina, comforto. O ritmo das máquinas, motores, futurista na sua essência; Klaus Dinger, ritmo motorik; (Q)(K)Cluster, Harmonia, Kraftwerk.



A velociade americana, que tem dominado o mundo nos últimos 60 e poucos anos, não é tão precisa; é centrifuga, rodopiante. Shake, rattle, roll and twist; Chuck Berry, Jerry Lee Lewis. Hedonista em essência, é o corpo, expressão, sexo.



A imensidão de dois continentes a duas velocidades distintas; duas visões do pós-guerra.



A rever. 

 

 


we are still everything now!

Jar Moff 'Commercial Mouth' (PAN 31) from PAN on Vimeo.