A vida passa sem sobressaltos. A vida moderna entenda-se, no eterno conforto, o nós e os outros como entidades distintas. O acordar um dia e perceber que o tempo passou e nós também passámos por ele.
Dark Side of the Moon é também um disco que passa. Se quebras, sem um auge. 42:59. Vem e depois vai sem se dar por isso. Tudo corre a um ritmo de cruzeiro, como se se tivesse todo o tempo do mundo; vida feita de pequenas rotinas, pequenos nadas que passam despercebidos.
Não há um hit, não há um refrão mas há um ritmo constante, uma cadência; nada chama a atenção, nada cativa. Ao fim tudo se aproxima do fim.
É o tempo que passa sem podermos fazer nada em relação a isso.
O que torna então Dark Side of the Moon tão especial? Talvez isso mesmo, ser um dos poucos discos da música pop que mais se aproxima da vida.
40 anos.